quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A Ânfora


A Ânfora

No deslizar dos oceanos
a ânfora desce lentamente
até às profundezas
para a eternidade

Abriu-se um leque
de seres subterrâneos
adormecidos pelo tempo
num despertar lento

No fundo dos mares
transforma-se algo de irreal
no saltitar dos golfinhos
jamantas e outros peixes

O Neptuno silencioso
acompanhado por Anfitrite
no seu coche em forma de concha
puxado por dois cavalos marinhos
assiste à festa cheia de alegria

Rodeado por sereias
está sorridente tudo corre bem
A dança mais animada está
mas o malfadado cachalote
rezingão estraga tudo…

Pedro Valdoy


domingo, 2 de agosto de 2015

Caminhos de Um Rio


Caminhos de Um Rio

O  rio sussurra
através de pedras
em areias brancas ou pretas
perante a  eternidade
de árvores indiferentes
de plantas quase mortas
numa corrida inesgotável

O rio ruma para Leste
Em ciprestes indecisos
indiferente a seres famintos
sequiosos    sem forças
para chegarem à sua beira

O rio continua veloz
por ravinas ondulantes
em altas velocidades
solitárias
do Céu    ao Sol
sem destino aparente
até que esbarra
sobre ondas e ondas
que o destroem
com toda a indiferença

Aí   um grito ressoa
até à nascente.

Pedro Valdoy