quarta-feira, 29 de julho de 2015

O Palhaço


O Palhaço

A algazarra é grande
a miudagem ri  ri  ri
a alegria ronda aquele meio
em tempos inesquecíveis

O palhaço é um fartote
com seus enganos propositados
enche de satisfação
a garotada e os adultos

As tristezas fugiram
para o matagal
da crise esquecida
adormecida talvez

O espectáculo acabou
e o sorriso? Talvez
para aquele palhaço
recolhido no seu camarim

Lágrimas afloram
ao rosto do palhaço
no fim de cada espectáculo
morrera a sua irmã

Mas ri palhaço até um dia
em que o fracasso
da tristeza
te impossibilita de mais palhaçadas

De repente desaparece
por entre os arbustos da floresta
abandonara o espectáculo
o sorriso desapareceu nas trevas

Caminhou pelo desconhecido
no desespero atroz
aquela morte fora o fim
de uma carreira serena

Fatigado sentou-se numa pedra
estava exausto
nem o cantar de um rouxinol
o fez sorrir

Ali adormeceu
coberto de pesadelos
até Deus o chamar
e mais uma estrela brilhou.


Pedro Valdoy

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